quarta-feira, 30 de maio de 2012

FOLHAS DE PLÁTANO

FOLHAS DE PLÁTANO
-Pedro Brasil Jr -
 
Uma após outra se desprendem de sua história.
Lentamente a árvore frondosa fica nua!
As folhas pegam carona com o vento num vôo derradeiro.
Pelo chão, espalhadas como um estranho tapete, preservam segredos de estações vividas.
Suas formas bem lembram a palma de nossas mãos, com aqueles riscos que em muito se parecem com um mapa.
Folhas de Plátano ao léu!
O outono ainda reina absoluto, mas logo o inverno dará suas pinceladas na paisagem enquanto silenciosamente as árvores, aparentemente dormentes, seguirão redesenhando suas novas formas, seus novos mapas, suas novas roupagens.
 Lá se vão pelas encostas da rua as folhas secas de Plátano.
Lá se vão em forma de folhas, os registros de mais um tempo que se esvai.
 Não tão distante, o mundo segue alheio em sua magistral correria.
Assim como em nossas vidas, algumas entre aquelas milhares de folhas perdidas, terão a sorte de uma foto ou até mesmo, por razões diversas, se de manterem "mumificadas" entre as páginas de algum livro.
Folhas de Plátano! Porque a vida sempre se renova!
-Pedro Brasil Jr - 30 maio 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

DA CONCRETUDE

Da Concretude
 -Clarice Villac-
espírito ancestral
magicamente a se materializar...
não carece de pedestal
que sinalize seu caminhar –
pedras sempre foram seu ofício
construindo pontes sobre precipícios...
Imagem : Street Art Utopia, in Gorzow, Poland http://www.streetartutopia.com/?p=9045
Clarice Villac 27.05.2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A POESIA DE HILDA HILST

Amavisse

-Hilda Hilst-


Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A POESIA DE PARVIN SHAKIR

ONDE EU ESTOU?
Parvin Shakir, poetisa paquistanesa
Onde eu estou
Em tua vida?
Na brisa matutina
Ou nas estrelas da noite?
No chuvisco hesitante
Ou na tempestade avassaladora?
No luar de prata
Ou no calor do meio dia?
Em reflexões profundas
Ou em melodias casuais?
Onde eu estou
Em tua vida?
Junto ao trabalho
Ou na praia do final de semana?
Será que por acaso me tens
Entre os dedos antes que eu vire fumaça?
Sou a refeição de todos os dias
Ou o vinho do prazer?
Sou um sonho que termina
Ou um novo amor que surge?
Onde eu estou
Em tua vida?

sexta-feira, 11 de maio de 2012

MENSAGEM PARA TODAS AS NOITES

Que a cortina da noite permita abrilhantar seus sonhos em cores púrpuras! Que ao se abrir ao alvorecer, transforme o dia de cada um no mais belo exemplo de bem viver. Que suas mentes estejam aguçadas para a criação e que suas mãos se estendam para ajudar, para orar e agradecer aos céus e que possam ser ágeis para o labor, para o amor e para acenar, ao final do dia, a ele mesmo, que de toda maneira, te permitiu mais uma graça de viver intensamente.
Tenham todos bons sonhos!
Pedro Brasil Jr – 10/maio/2012