segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PÃO-PAZ

"Haverá sempre esperança de paz na Terra
enquanto houver um semeador semeando trigo
e um padeiro amassando e cozendo o pão,
enquanto houver a terra lavrada e o
eterno e obscuro labor pacífico do homem,
numa contínua permuta amistosa dos campos e das cidades."
Cora Coralina (1889-1986), poeta brasileira, em Pão-Paz, do livro Melhores Poemas

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

E POR FALAR EM SANDÁLIAS...


DA SÉRIE ACHEI POR AI - CALMARIA

CALMARIA
-Pedro Brasil Junior-

Descansa a canoa!..
Pescador se recompõe.
As águas ficam inertes
E tudo para por um segundo apenas.
As nuvens estacionam e deixam a paz
reinar absoluta.
Tudo é extrema calmaria!
O mundo para e se transforma em quadro.
Um segundo de um primeiro momento único.
Aperta-se o botão, o diafragma abre-se velozmente.
A cena única se eterniza na foto.
O mundo volta a girar!
Pescador refeito ajeita a rede.
A canoa sempre à espera!
E o mar convidando a uma nova
e surpreendente aventura!
São José dos Pinhais – 24/11/2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

PULANDO POÇAS

Cada um encara a chuva à sua maneira!
Lugares diferentes, visões diferentes!
Mas residem igualdades que a vida impõe.
Como pular poças, por exemplo!
Coisa de criança...de gente grande também!
Foi assim que a Sissym, do blog Zoom narrou
a chuva mais recente em sua vida.
Simples, torrencial, poética...
Lá está o texto e as fotos.
Veja em: http://blogzoomideiasdafadasemfim.blogspot.com/
Aqui, mais abaixo, está o meu texto, da minha chuva, das poças que pulei um dia.
E assim, palavra inventada distante ganha asas, invade lembranças, cutuca a imaginação e faz brotar poesias por todos os jardins da existência.
Mas há que chover sempre para que estas sementes sigam germinando.

ETERNO FOLGUEDO

ETERNO FOLGUEDO
-Pedro Brasil Jr -
É quase um relógio!
Mas com ponteiros paralelos!..
Ah!Essas pernas que um dia foram pé-de-moleque!
E que moleque!
Travessuras mil em meio também a mil ilusões.
Como seria o futuro, pensava!
Mas isso não era nada importante se comparado aos folguedos.
Soltar raia ou pipa, correr com arco ou bater pneus.
Quem sabe hoje o que é?
A gente que viveu não esquece!
Dia de sol, de bola, de correria sem fim.
Incansáveis moleques baterias, com uma energia sem fim.
Só aos sonhos nos entregávamos através da noite.
E no dia seguinte as gotas da chuva compunham nova canção na calha.
Bafo no vidro da janela! A rua vazia, sem folguedos.
Alguém passando com o guarda-chuva!
Um cachorro encharcado!
Na primeira chance... lá estávamos pulando poças!
Sujos, enlameados, sorridentes pela festa!
O tempo era ruim para os adultos. Descobri mais tarde.
Não ficávamos doentes e nem impacientes!
Só pulávamos poças nos dias de chuva!
E pulávamos, sem perceber, as incontáveis horas de cada dia.
Lá se foram os anos, os folguedos, as chuvas de outrora.
Mas segue-se pulando poças, porque afinal de contas,
o que é a vida senão um eterno folguedo?


-São José dos Pinhais – 22/11/2011

A POESIA DE AUGUSTO SÉRGIO BASTOS

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

NINGUÉM = NINGUÉM

Há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há tanta gente pelas ruas
há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
(ninguém = ninguém)
me espanta que tanta gente sinta
(se é que sente) a mesma indiferença


há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há palavras que nunca são ditas
há muitas vozes repetindo a mesma frase
(ninguém = ninguém)


me espanta que tanta gente minta
(descaradamente) a mesma mentira
todos iguais, todos iguais
mas uns mais iguais que os outros.


-Humberto Gessinger-

sábado, 12 de novembro de 2011

O PÁSSARO BRANCO

O PÁSSARO BRANCO
- Pedro Brasil Júnior -
Vou atrás do pássaro branco!
Colinas e campos, rios e oceanos!
Ele deve estar por lá!...
Às vezes a imaginação me oferece asas.
E vôo como um anjo pela imensidão.
Quero apenas ouvir seu canto, sentir seus encantos.
E regresso sem sucesso!
O pássaro branco segue voando, fazendo firulas.
Enquanto o tempo se esvai.
E eu aqui preso no quadrado de minha janela!
Um céu escarlate, uma noite sem lua, um tempo sem relógios.
Decido então me soltar ao vento e só assim é que a ave
alva vem até onde estou.
Encontro comigo mesmo através das notas.
E minha alma se enche de energia!
A ave faz um rasante, deixa no ar um grunhido e se vai.
Lá, nas profundezas do âmago os encontros se fundem num rodamoinho sem fim.
E as notas embaralhadas se organizam, se entrelaçam, escrevem e prescrevem a receita perfeita para o coração bater mais forte.
Já não tenho minhas asas e nem preciso voar.
Um anjo de verdade passou por aqui, deixou seu grito e me entregou todas as notas de uma canção perfeitamente harmoniosa.
E assim, da soleira da janela, vago pelo infinito rebuscando segredos que só meu coração é quem sabe.
São José dos Pinhais – 12 de novembro- 2011
*Inspirado na canção "Only The Heart Knows" de Chris Geith cujo vídeo disponibilizo a seguir.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

DA SÉRIE ACHEI POR AI - A MONTANHA RUSSA

Photo by Taranoel em  www.momentoselugares.blogspot.com
Não basta ter coragem, é preciso ter o coração forte.
Encarar a montanha russa é diversão, emoção, prazer, aventura,
alucinação pela altura e pela velocidade.
Seja aqui ou lá tão distante, só existe um  instante, quando a gente
chega mais perto do céu em sublime êxtase e tão mais perto
da terra em tremenda saudade.
Diversão que alimenta a alma, que faz por instantes que a
gente esqueça das agruras do mundo.
Viver é se deixar levar pelo que é belo, é fazer parte
do cenário, dividir o entardecer com o Sol se indo
e com a Lua chegando.
Amanhã tudo será apenas lembrança, mas Sol e Lua
novamente estarão pincelando suas cores na imensidão
do Cosmos.
-Pedro Brasil Jr - 11/11/11

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O FIM DE KADAFI E A PERGUNTA QUE NÃO CALA

Alguém escreveu faz pouco tempo a respeito das mudanças radicais que estão ocorrendo em todo o nosso planeta.
A mensagem, ditada por um espírito do qual agora não recordo o nome, pedia para que começássemos a observar os acontecimentos ao nosso redor. Desde o seio da família, os corredores do trabalho, a agitação nas ruas, as intempéries da natureza, os protestos por todas as partes, a ganância sem limites, o consumismo desenfreado, a fome, a sede, a dor, o sofrimento enfim.
Em suas extensas linhas o espírito iluminado por diversas vezes fez inúmeros alertas, voltando-se enfaticamente à violência que se alastra por todas as partes apropriando-se dos nossos bens mais valiosos: a paz e a tranqüilidade!
A paz ao longo da nossa história sempre foi alvejada pelas batalhas sangrentas e suas armas cada vez mais letais.
Já a tranqüilidade, ainda que com a paz sendo atormentada, na maioria das vezes se aninhou em diversos pontos, longe dos campos de batalha.
Com ela, a tranqüilidade, enquanto muitos homens se matavam, outros semeavam para o sustento, semeavam jardins coloridos, semeavam o amor e a esperança.
O sangue derramado nas incontáveis batalhas ao longo dos séculos infiltrou-se no coração da Terra e dia após dia se deixou germinar em mais ódio e mais violência.
Na medida em que o tempo avança e a tecnologia acena com tantas facilidades em benefício da humanidade, ela mesma provoca um redemoinho de situações inusitadas, que ferem nosso olhar, que maltratam nossos sentidos, que apunhalam nossos corações e nossas esperanças de habitar num mundo melhor, quase perfeito.
O sangue negro da Terra vem sendo o foco principal dessas transfusões milionárias que ajudam o progresso de um lado e ampliam a miséria do outro. O combustível fóssil ainda é o tesouro pelo qual as nações lutam com todo seu poderio armamentista. Mas este combustível está se extinguindo e tempo virá em que provavelmente os homens viverão algo parecido com o filme Mad Max.
Talvez antes disso, a humanidade venha a viver o caos pela falta de água potável e pela falta de alimentos. Já somos sete bilhões de indivíduos dividindo esta enorme casa que aos poucos se torna pequena e cada vez mais agredida.
As correntes são paralelas e em cada lado o pensamento e as ações são bem diferentes. Zelar pelo planeta e por tudo o que oferece é o mais importante, mas os guerreiros desta batalha são em menor número do que os que simplesmente ignoram isso tudo e seguem causando todos os malefícios.
Nossa vida moderna e escrava já nos transformou em indivíduos ansiosos, inseguros, medrosos, preocupados com qualquer coisa que nem faz parte da vida comum.
Somos hoje escravos das telas de tevê, a maioria sem um bom conteúdo, sem instrução, sem educação, sem boa orientação visando o bem estar, os bons costumes, a honestidade, a fidelidade, a alegria e o amor.
A vida em família já virou um teatro, onde as pessoas apenas incorporam seus personagens e vivem uma vida de ilusões, descontentes, mal amados, endividados e sem rumo definido.
Só uma pergunta não quer calar: O que fazer Senhor?
O que fazer diante de tamanha exposição de violência, de desgraças, de tragédias, de desonestos com a cara de pau, desviando verbas da educação, da saúde, dos esportes?
O que fazer diante do “amar” sem “amor”?
E que dizer então da exposição sexual nos filmes, novelas entre outros programas?
A pergunta que não quer calar me levou a buscá-la de alguma maneira, para ver se encontrava alguma resposta plausível. Encontrei sim, a oração!
Sou um homem de oração, de agradecer a Deus por cada dia, de agradecer pela jornada de trabalho vencida, de agradecer meu carro por ter me servido mais um dia, pelo pão que ponho na mesa, pela família que me acolhe, pela natureza que me ensina e por tudo aquilo que me cerca no mundo. Tudo aquilo de bom!
Este dia 20 de outubro de 2011 foi um dia diferente para o mundo. Neste dia o ditador Muamar Kadafi foi morto pelos rebeldes do seu país, a Líbia. As televisões de todo o mundo e a Internet não pouparam espaços para escancarar as cenas de terror daqueles homens embebedados por sangue a arrastar o até então líder de seu país. Ali um corpo ensangüentado, um troféu de guerra!
Não teria sido mais justo que ele tivesse sido capturado com vida e digno de um julgamento decente?
E os direitos humanos? Em que trincheira se esconderam?
Dizem se tratar de um novo tempo na Líbia com a queda de Kadafi. Eu tenho lá minhas dúvidas!
Lá tem petróleo e por ai afora muita gente interessada!
A barbárie praticada contra Kadafi e alguns familiares não foi a única mais recente neste começo de século 21. Sadam Hussein dela também foi vítima!
É bem provável que outros líderes sentados sobre o que resta de petróleo sucumbam da mesma maneira.
Se olhar bem, faz sentido a mensagem do espírito iluminado.
Eu confesso que poderia ter escrito qualquer outra coisa, algumas poucas linhas talvez. Mas também confesso que passei o dia angustiado por ter que ver a todo momento aquelas imagens pela televisão e pela Internet.
Cheguei a desistir de escrever sobre o tema!
Mas depois, lendo um artigo descobri que a Líbia ocupa 20 posições a mais que o Brasil, só para dar um exemplo, no Índice de Desenvolvimento Humano, o chamado IDH. Li também que apesar da pobreza (até nos Estados Unidos ela existe), o governo do chamado “tirano” Kadafi ao longo do tempo sempre ofereceu boas condições à maior parte de sua gente. Por isto os seus defensores fieis lutaram contra os rebeldes! Quem lutaria contra se tudo estivesse tão ruim?
Os interesses são muitos e por causa do sangue negro da Terra, os homens são capazes de tudo.
A própria Terra vem dando seus alertas: terremotos, maremotos, tufões, tsunamis entre outros.
E a pergunta que não cala segue martelando nossos ouvidos: O que fazer Senhor?
O que fazer perante um mundo cada vez mais desumano?
Drogas, prostituição, assaltos, roubos, estelionatos, abortos, crianças atiradas ao lixo, crianças abandonadas, pedófilos, bêbados ao volante, dissolução da família, falsos profetas usando a palavra da Bíblia para iludir a fé e estufar seus cofres, dirigentes e governantes corruptos, médicos que não dão assistência se não tiver dinheiro, gente que maltrata animais, gente que maltrata crianças e idosos...
O que fazer Senhor perante um mundo maluco?
Sim; a oração! A oração é fundamental para nossas vidas e é através dela que podemos falar diretamente contigo.
Mas não podemos só pedir, pedir e pedir!
É preciso orar e agradecer, agradecer e agradecer!
Agradecer pela dádiva da vida, pela saúde, pelo trabalho, pelos filhos, pela família, pelos bens que se tenha.
Mas é preciso também que passemos a entender que muito mais valioso do que TER é a certeza do SER.
Neste 20 de outubro milhares de pessoas morreram mundo afora dentro do que talvez seja da naturalidade da existência. Mas nenhum jornal, revista, televisão e Internet deram importância ao fato. Da mesma maneira, milhares de indivíduos nasceram neste dia, em todas as partes, estufando pulmões num choro pela vida tão sofrida a encarar.
E outros milhares tiveram as portas fechadas pelos tantos milhares de abortos feitos também neste dia 20 de outubro.
Só Muamar Kadafi é que ganhou evidência pelo seu fim!
E mais uma vez, o sangue vermelho se esvai e se infiltra no coração da Terra.
Se bem lembro da escrita, até Jesus Cristo teve uma espécie de julgamento. Mas ele mesmo sofreu com a indiferença e a barbárie dos homens do seu tempo.
O que realmente fazer Senhor?

UM INSTANTE, UMA ORAÇÃO!!!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

MINHAS ANDANÇAS - PEQUENAS NOTAS ANTIGAS

Cada vez mais estamos envolvidos por um mundo barulhento!
Nas ruas são as buzinas, as sirenes, o ronco dos motores.
Em casa, temos o rádio, a televisão e a Internet.
Vivemos conectados à tecnologia praticamente a maioria das horas que nos cercam. Desligamos um pouco pela necessidade do sono reparador, mas muita gente já dorme cada vez menos e o que poderia ser um simples problema do sono, já se transformou num alarmante caso de saúde pública mundial.
Sendo assim e diante de tantos sons da modernidade, já deixamos de ouvir outras notas há muitos anos.
As gerações mais recentes talvez nunca as tenham escutado, mas nós, mais antigos, sabemos o quanto era primordial em nossas andanças de outrora.
Eu particularmente recordo de um carrilhão demarcando as horas redondas no silêncio da noite. Um senhorio poderoso chamado tempo!
Também relembro no raiar dos dias e nas horas principais do canto do galo. Mas quem precisa de um galo para saber que já são três da tarde e é hora de tomar café?
Os galos viraram canja!
Quem ouve hoje em dia numa cidade grande o badalar de um sino?
Eles estão por certo na torre das igrejas, silenciosos e esquecidos.
E o apito de um trem distante? Quantos hoje já viajaram de trem singrando campos e montanhas.
Às vezes no silêncio da noite ouço o palpitar do meu relógio de parede, simples, mas com ponteiros movidos a uma bateria.
Noutras ocasiões ainda escuto bem distante o apito de um trêm e minha alma faz sua magistral viagem. Ela sempre regressa com palavras novas para dissertar sobre o antigo.
E acreditem; às vezes tenho a sorte de escutar o canto de um galo sortudo, dono do quintal e da magia de suas notas.
A modernidade transformou a sonoridade da vida da mesma maneira que aniquilou com tantas coisas que, para nós, mais antigos, era o que havia de melhor para facilitar a vida.
Não! Não quero que o tempo pare e nem que o progresso siga aniquilando com o romantismo.
Quero apenas que o palpitar dos relógios antigos possa ainda ser ouvido por muito tempo, que os galos sortudos soltem seu brado e que os trens possam singrar tantas paisagens levando cargas e gente esperançosa.
A vida é feita de invenções e tendências e eu tenho certeza de que muita gente lembrará agora de uma antiga caixinha de música com sua bailarina a fazer evoluções ou então, daquele radinho de pilha que era o companheiro ideal de tantos, por tantas horas do dia. 
Sim! A vida é feita de valores, tanto antigos quanto modernos e é por isto que recordo também de um relógio cuco que tínhamos em nossa casa, todo trabalhado em entalhes onde esculturas de pássaros se sobressaiam. Os pêndulos que davam corda e faziam as engrenagens trabalharem e aqueles dois passarinhos miúdos que por alguns anos nos fizeram acordar nas madrugadas com seus registros de horas puramente vazias. 
Mas lá fora, nas distâncias ainda tão curtas, o galo cantará às seis da manhã, o sino da igreja batera as sete e na estação, o apito do trem por certo anunciará sua partida para uma incrível jornada entre as paisagens já então transformadas.


Curitiba- 24/agosto/2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

MINHAS ANDANÇAS - O PASSEIO DA SOLIDÃO


Uma câmera na mão e nenhuma idéia na cabeça!
Já lá se vão uns 15 anos quando numa tarde preguiçosa de domingo sai sem rumo e fui parar nas ruas então tranqüilas de Piraquara.
Casarões antigos, crianças brincando na rua, cachorros defendo espaços a ladrar enquanto o sol teimava em infiltrar seus raios por entre as nuvens.
Recordo que andei um bom tanto e registrei em algumas fotos, cenas típicas de uma cidade ainda pequena com sua gente humilde num dia de descanso.
Fotografei graças a uma lente poderosa um solar distante, o menino solitário em sua bicicleta, um gato preguiçoso na soleira de uma janela antiga e o homem deste flagrante alheio à lente, alheio ao dia, alheio ao mundo...
Tentei imaginar suas histórias de vida por ali e senti que o casarão demolido, preservando apenas a antiga fachada deveria ter um significado especial para ele.
Não dá para adivinhar o livro alheio e segui adiante em meus passos solitários escrevendo um pouco mais a respeito de um dia que já é passado distante.
A foto ficou devidamente guardada esses anos todos e de repente, numa dessas visitas à solidão de nossas coisas, a redescobri e decidi traze-la para o mundo.
Não é uma cena incomum! Até porque estar só e pensando na vida faz parte do nosso cotidiano.
Mas a cena nos obriga a repensar a própria vida e nossas atitudes perante os outros. 
Ainda que estejamos escrevendo nossa própria história, muitas e muitas vezes integramos a história alheia, senão também, somos, por muitas ocasiões, os que manipulam as páginas em branco onde os outros darão início a um novo capítulo.
O mundo pode ser maravilhoso e ao mesmo tempo cruel!
As pessoas podem ser bondosas ou maledicentes!
E a única verdade é que o mundo segue caminhando enquanto nós, por aqui, seguimos com nossos passos, nossas atitudes, nossas palavras suaves ou ásperas rabiscando a existência.
Grupos de amigos em reunião alegre ou homens solitários, sentados na soleira de uma porta antiga, fechada, resguardando quem sabe a esperança que por tantas vezes ali bateu na tentativa de mudar destinos.
Ou simplesmente homens solitários, caminhando por ruas vazias, com uma câmera na mão registrando para sempre a ilustração de mais um livro de vidas.
-Curitiba, 24 de agosto – 2011 -

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

MINHAS ANDANÇAS - A JANELA

Primeiro se fez o mundo!
Depois, por toda parte havia um horizonte.
Em cada horizonte havia cores, havia magia, havia todo um sentido.
E o mundo já estava feito!
Só muito tempo depois, bem depois das cavernas é que nasceram as primeiras janelas.
Ah! Janelas!...
São tantas histórias de cada um de seus lados...
Mas tudo o que se abre diante de uma janela nos transporta simplesmente para o mundo e sua gama de horizontes.
Horizontes perdidos!
Horizontes esquecidos!
Horizontes misteriosos!
Horizontes só nossos, como um risco sem fim dividindo o coração e a alma.
Na soleira das janelas é onde a visão se perde distante ou há poucos metros. Ainda que às vezes seja preciso dividir aquele espaço com um gato preguiçoso.
Pela janela fechada, através do vidro, sentimos certa ansiedade, como se presos estivéssemos.
E lá fora, em todos os horizontes possíveis, palpita a liberdade.
Se chove, a janela se transforma num quadro passageiro, onde riscamos no suor as esquisitices de nossas emoções também passageiras.
Pelas frestas das cortinas deixamos nossas retinas pesquisar a vida alheia.
Mas é da janela que emolduramos o mundo em todas as suas estações, em todos os seus fatos, em todos os momentos de puro ócio.
Porque a janela pinta as cenas que podem demarcar os caminhos de nossas andanças.
-Pedro Brasil Jr -
-Curitiba, 19 de agosto- 2011 -

sábado, 13 de agosto de 2011

DIA DOS PAIS

Aprendi a ser pai aprendendo muito antes a ser filho!
A experiência quando teve início me deixou a bordo de um barquinho à deriva no oceano da vida. Tive que remar com as mãos, reaprender a me guiar pelo Sol e pelas estrelas. Tive que encarar fortes tempestades, mas também pude me deliciar na alegria de sorrisos pequeninos me esperando na volta de cada jornada. O pacote com os pães, o litro de leite, o pacotinho com as balas e pirulitos. E a vida assim seguiu com os pequeninos crescendo sob minha orientação.
Na medida do avançar dos anos, cada pedaço meu buscando o seu rumo, mas sempre ligados, da maneira que sabem, à minha figura. Foi por tudo isto que sempre preservei meu caráter, minha boa índole, meus melhores exemplos. Cometi erros, tive falhas eu bem sei... Mas eu tinha que aprender com meus erros e falhas para acertar cada destino dos meus.
Sigo em meu exercício, em minha missão de bom condutor e o faço na certeza de que, apesar de todas as lutas, das dificuldades inerentes à jornada, pude oferecer o melhor que tinha, o melhor que meu coração semeava no meu jardim de vida para colher entre o colorido das flores, os frutos mais suculentos, as essências mais significativas e a força para seguir adiante.
Não vou celebrar apenas a data que é mais comercial, até porque, desde a primeira experiência, passei a ser Pai todos os dias de cada ano, todas as horas de cada dia, todos os minutos de cada hora. Creio que perante o PAI maior, nada tenho a dever senão, agradecer pelos braços deste estendidos para me acolher naqueles instantes em que o desespero rondava e que eu tinha que encontrar a saída para que os pequeninos tivessem seu pão, suas roupas, seus calçados, seus brinquedos, seus livros e lápis e acima de tudo, que eu estivesse saudável o suficiente para abraçar cada um e participar dos seus folguedos ainda que o cansaço da jornada insistisse o contrário.
Para cada um de vocês, Alexandre, Allan, Andréas, Isabella e Paula, o meu abraço, o meu beijo, o meu sorriso e o desejo que vocês sejam pais e mães como eu procurei ser.
Para Ana Carolina e Ana Júlia, um naco do meu coração de Pai, desejando a vocês também, que sejam um dia mães de verdade.
A todos vocês, as bênçãos de Deus com muita Luz e que o futuro lhes reserve muitas e muitas alegrias.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

BEZERRA DE MENEZES

"Um dos aspectos notáveis da evolução espiritual humana é que todos os doentes da alma, à medida que se vão curando, vão se tornando médicos por sua vez".

-Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti-

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A MENSAGEM DE ANA JÁCOMO

"Quero encontrar algo nesse mundo que me traga, a cada noite, a dádiva de um cansaço bom. Que me permita olhar para as horas vividas com uma clara convicção de que valeu a pena vivê-las. Que me conduza ao sono sereno que nasce depoisdos desafios que o coração compra. Que me convide a desejar um novo dia, certa de que haverá um motivo para o qual levantar. E por sabê-lo, por lembrá-lo, eu possa experimentar a paz de adormecer sorrindo. Quero encontrar algo nesse mundo que seja minha reza, meu lugar sagrado. Meu acorde mais harmonioso. Meu compromisso e minha liberdade. A âncora que me ligue a Terra. A ponte que me leve ao céu. Algo que me encante e me entusiasme. Que me acalente e me acorde. Que me comova e me encoraje. Que me faça colocar os pés na vida, enamorada e entregue. Uma fonte de contentamento que independa de qualquer condição externa para me alimentar. Quero encontrar algo nesse mundo que seja a expressão mais fluida do meu amor. Que esteja sintonizado com os propósitos da minha alma para ajornada que realizo. Que me ajude a dançar mais gostoso com a vida. Que seja capaz de devolver lume aos meus olhos, quando tudo me parecer opaco. Um tesouro que, de verdade, me enriqueça. Quero encontrar algo nesse mundo que faça eu me sentir útil na minha passagem por aqui. Que me incentive a continuar no meu caminho quando as circunstâncias tentarem me convencer a desistir dele. Que me ajude a fazer contato com o meu sol toda vez que chover muito forte e eu sentir medo. Que seja uma certeza quando os ventos marotos tirarem tudo do lugar. Quero encontrar essa preciosidade, da qual eu sinto uma imensa saudade, como se estivesse na minha vida desde sempre. Quero tatuá-la nos meus dias. Faze-la presente mesmo quando ausente. Quero que suas digitais estejam presentes naquilo que eu puder oferecer de melhor ao mundo. Algo que fique, quando eu passar. Algo que me traga, a cada noite, a dádiva, de um cansaço bom."

segunda-feira, 27 de junho de 2011

ALENTO

Eu quero te esperar

Nos momentos de desalento

Com meu olhar te abraçar

E com meu colo te dar

O fôlego e a força

Para superar

Cansaços e medos

No teu desconsolo

Eu quero ser teu alento

Para trazer

Com afagos e carinhos

A certeza e o sentimento

De saber que és a luz

Que brilha no meu firmamento.