quinta-feira, 24 de novembro de 2011

E POR FALAR EM SANDÁLIAS...


DA SÉRIE ACHEI POR AI - CALMARIA

CALMARIA
-Pedro Brasil Junior-

Descansa a canoa!..
Pescador se recompõe.
As águas ficam inertes
E tudo para por um segundo apenas.
As nuvens estacionam e deixam a paz
reinar absoluta.
Tudo é extrema calmaria!
O mundo para e se transforma em quadro.
Um segundo de um primeiro momento único.
Aperta-se o botão, o diafragma abre-se velozmente.
A cena única se eterniza na foto.
O mundo volta a girar!
Pescador refeito ajeita a rede.
A canoa sempre à espera!
E o mar convidando a uma nova
e surpreendente aventura!
São José dos Pinhais – 24/11/2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

PULANDO POÇAS

Cada um encara a chuva à sua maneira!
Lugares diferentes, visões diferentes!
Mas residem igualdades que a vida impõe.
Como pular poças, por exemplo!
Coisa de criança...de gente grande também!
Foi assim que a Sissym, do blog Zoom narrou
a chuva mais recente em sua vida.
Simples, torrencial, poética...
Lá está o texto e as fotos.
Veja em: http://blogzoomideiasdafadasemfim.blogspot.com/
Aqui, mais abaixo, está o meu texto, da minha chuva, das poças que pulei um dia.
E assim, palavra inventada distante ganha asas, invade lembranças, cutuca a imaginação e faz brotar poesias por todos os jardins da existência.
Mas há que chover sempre para que estas sementes sigam germinando.

ETERNO FOLGUEDO

ETERNO FOLGUEDO
-Pedro Brasil Jr -
É quase um relógio!
Mas com ponteiros paralelos!..
Ah!Essas pernas que um dia foram pé-de-moleque!
E que moleque!
Travessuras mil em meio também a mil ilusões.
Como seria o futuro, pensava!
Mas isso não era nada importante se comparado aos folguedos.
Soltar raia ou pipa, correr com arco ou bater pneus.
Quem sabe hoje o que é?
A gente que viveu não esquece!
Dia de sol, de bola, de correria sem fim.
Incansáveis moleques baterias, com uma energia sem fim.
Só aos sonhos nos entregávamos através da noite.
E no dia seguinte as gotas da chuva compunham nova canção na calha.
Bafo no vidro da janela! A rua vazia, sem folguedos.
Alguém passando com o guarda-chuva!
Um cachorro encharcado!
Na primeira chance... lá estávamos pulando poças!
Sujos, enlameados, sorridentes pela festa!
O tempo era ruim para os adultos. Descobri mais tarde.
Não ficávamos doentes e nem impacientes!
Só pulávamos poças nos dias de chuva!
E pulávamos, sem perceber, as incontáveis horas de cada dia.
Lá se foram os anos, os folguedos, as chuvas de outrora.
Mas segue-se pulando poças, porque afinal de contas,
o que é a vida senão um eterno folguedo?


-São José dos Pinhais – 22/11/2011

A POESIA DE AUGUSTO SÉRGIO BASTOS

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

NINGUÉM = NINGUÉM

Há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há tanta gente pelas ruas
há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
(ninguém = ninguém)
me espanta que tanta gente sinta
(se é que sente) a mesma indiferença


há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há palavras que nunca são ditas
há muitas vozes repetindo a mesma frase
(ninguém = ninguém)


me espanta que tanta gente minta
(descaradamente) a mesma mentira
todos iguais, todos iguais
mas uns mais iguais que os outros.


-Humberto Gessinger-

sábado, 12 de novembro de 2011

O PÁSSARO BRANCO

O PÁSSARO BRANCO
- Pedro Brasil Júnior -
Vou atrás do pássaro branco!
Colinas e campos, rios e oceanos!
Ele deve estar por lá!...
Às vezes a imaginação me oferece asas.
E vôo como um anjo pela imensidão.
Quero apenas ouvir seu canto, sentir seus encantos.
E regresso sem sucesso!
O pássaro branco segue voando, fazendo firulas.
Enquanto o tempo se esvai.
E eu aqui preso no quadrado de minha janela!
Um céu escarlate, uma noite sem lua, um tempo sem relógios.
Decido então me soltar ao vento e só assim é que a ave
alva vem até onde estou.
Encontro comigo mesmo através das notas.
E minha alma se enche de energia!
A ave faz um rasante, deixa no ar um grunhido e se vai.
Lá, nas profundezas do âmago os encontros se fundem num rodamoinho sem fim.
E as notas embaralhadas se organizam, se entrelaçam, escrevem e prescrevem a receita perfeita para o coração bater mais forte.
Já não tenho minhas asas e nem preciso voar.
Um anjo de verdade passou por aqui, deixou seu grito e me entregou todas as notas de uma canção perfeitamente harmoniosa.
E assim, da soleira da janela, vago pelo infinito rebuscando segredos que só meu coração é quem sabe.
São José dos Pinhais – 12 de novembro- 2011
*Inspirado na canção "Only The Heart Knows" de Chris Geith cujo vídeo disponibilizo a seguir.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

DA SÉRIE ACHEI POR AI - A MONTANHA RUSSA

Photo by Taranoel em  www.momentoselugares.blogspot.com
Não basta ter coragem, é preciso ter o coração forte.
Encarar a montanha russa é diversão, emoção, prazer, aventura,
alucinação pela altura e pela velocidade.
Seja aqui ou lá tão distante, só existe um  instante, quando a gente
chega mais perto do céu em sublime êxtase e tão mais perto
da terra em tremenda saudade.
Diversão que alimenta a alma, que faz por instantes que a
gente esqueça das agruras do mundo.
Viver é se deixar levar pelo que é belo, é fazer parte
do cenário, dividir o entardecer com o Sol se indo
e com a Lua chegando.
Amanhã tudo será apenas lembrança, mas Sol e Lua
novamente estarão pincelando suas cores na imensidão
do Cosmos.
-Pedro Brasil Jr - 11/11/11