terça-feira, 12 de junho de 2012

A POESIA DE MARIA JOÃO CANTINHO

Dai-me o exacto exercício das palavras
flores de carne, sangradas
até à minúcia. Rigorosas.
Mas como dizer a dança
da luz, sobre os teus passos,
o riso, a errância dos gestos
sem que as metáforas destruam a exactidão
e a música se enrole nas sílabas,
como dois amantes
esquecendo a dualidade,
entrando na vertigem da unidade?

Maria João Cantinho nasceu em 1963, em Lisboa. Viveu em Angola até à adolescência e regressou a Portugal, após a independência de Angola. Licenciou-se e realizou a dissertação de mestrado em filosofia, na área de estética. É professora no ensino secundário. Colaborou na revista Livros, na revistas on-line Crítica - Central de Cultura e é membro do conselho editorial da Storm Magazine no jornal de poesia Hablar/Falar de Poesia, pela parte da Casa Fernando Pessoa. Integra o conselho editorial da revista Agulha, onde colabora regularmente. No ano de 2001 publicou o livro de contos A Garça. Em 2002, publicou o livro de poesia Abrirás a Noite com um Sulco, ao qual foi atribuída uma menção honrosa no premio da Associação Fernando Pessoa. Tem publicações diversas, no âmbito de premios literários e menções honrosas, nas modalidades de conto e poesia.

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