segunda-feira, 22 de agosto de 2011

MINHAS ANDANÇAS - A JANELA

Primeiro se fez o mundo!
Depois, por toda parte havia um horizonte.
Em cada horizonte havia cores, havia magia, havia todo um sentido.
E o mundo já estava feito!
Só muito tempo depois, bem depois das cavernas é que nasceram as primeiras janelas.
Ah! Janelas!...
São tantas histórias de cada um de seus lados...
Mas tudo o que se abre diante de uma janela nos transporta simplesmente para o mundo e sua gama de horizontes.
Horizontes perdidos!
Horizontes esquecidos!
Horizontes misteriosos!
Horizontes só nossos, como um risco sem fim dividindo o coração e a alma.
Na soleira das janelas é onde a visão se perde distante ou há poucos metros. Ainda que às vezes seja preciso dividir aquele espaço com um gato preguiçoso.
Pela janela fechada, através do vidro, sentimos certa ansiedade, como se presos estivéssemos.
E lá fora, em todos os horizontes possíveis, palpita a liberdade.
Se chove, a janela se transforma num quadro passageiro, onde riscamos no suor as esquisitices de nossas emoções também passageiras.
Pelas frestas das cortinas deixamos nossas retinas pesquisar a vida alheia.
Mas é da janela que emolduramos o mundo em todas as suas estações, em todos os seus fatos, em todos os momentos de puro ócio.
Porque a janela pinta as cenas que podem demarcar os caminhos de nossas andanças.
-Pedro Brasil Jr -
-Curitiba, 19 de agosto- 2011 -

Um comentário:

Clarice Villac disse...

Poéticas, bonitas e verdadeiras essas reflexões !...
As imagens das janelas fantásticas, são bem sugestivas !