Envelheci e nem percebi que, durante a dança do tempo, foram ocorrendo mutações em meu ser.
Então envelheci sorrateiro como aquele vinho esquecido no armário ou como aquelas fotos de tempos idos que aderiram a um tom amarelo, dando o alerta de que é inevitável segurar esse alazão que atravessa o espaço sempre imponente, sempre ávido em sua mensagem, sempre disposto a nos dizer que nada no Universo tem parada. É preciso ir em frente todos os dias, ainda que muitos fiquem questionando qual é o destino.
Simplesmente o conhecimento e a experiência que são pequenas estações para onde nosso trem azul segue esfumaçando a paisagem, recolhendo ao longo da jornada aqueles entes queridos, aqueles amigos que estranhamente surgiram em outras paradas e que juntos, a cada trecho, celebram as alegrias e dividem as tristezas. Mas de repente, alguns vão descendo antes, nos deixando naquele vagão que ao longo da viagem vai ficando vazio e se enchendo de saudades.
Ah! Mas eu nem lembro que cheguei a essa tal de “melhor idade” até porque, desde que me conheço por gente, sempre vivi a melhor idade, fosse na infância entre os folguedos e artimanhas de menino, fosse na adolescência preparando o coração para o amor e a construção de um novo tempo ou fosse na idade adulta onde se chega a estágios sérios, onde responsabilidade significa esforços dobrados e onde, é claro; a gente de fato e de direito sente um peso diferente, porque os músculos já não atendem como nos tempos do futebol ou das pedaladas numa bike. Tempo onde o cansaço surge do nada e a gente olha para o sofá e diz: “Velhinho, dá licença, mas preciso de um cochilo!” – Daí a gente acorda reanimado e segue pelo dia esquecendo-se da idade e indo fazer coisas que já não são tão apropriadas como na juventude. E daí? Eu me sinto jovem e por isto, vou pintar a parede, fazer uma pipa, limpar a calçada, passear com os cachorros e fazer um turismo pelas ruas ao meu redor. Mas, sobretudo, a idade que avança tem uma magia toda própria, porque através do tempo a gente aprendeu de tudo um pouco, a trancos e solavancos e se chega a esse estágio dotado de vivência, visão ampla a respeito da vida e de tudo o que nos cerca. Então a gente tenta passar um tanto disso aos jovens, mas eles, pelo menos esta geração de hoje, me parece que nasceram antes da gente e preferem pagar para ver o que acontece. Entrou em moda o “dá nada!” e depois que dá tudo a quem eles apelam? Desde sempre, desde as primeiras tribos, os mais velhos eram e continuam a ser os melhores conselheiros, porque velhice significa experiência e conhecimento e somente com essas duas características é que a gente pode se tornar velho, com espírito jovem e certos de que viver é muito mais do que uma dádiva, é o compromisso de vir, fazer e sentir a satisfação de ter cumprido, ainda que em parte, a sua missão.
E me permito “roubar” aqui um pouco da inspiração do Caetano Veloso que naquele tão distante 1979 escreveu:
“Eu vi o menino brincando/ Eu vi o tempo/ Brincando ao redor do caminho daquele menino. /Eu pus os meus pés no riacho/E acho que nunca os tirei...”
Ah! Mas eu nem lembro que cheguei a essa tal de “melhor idade” até porque, desde que me conheço por gente, sempre vivi a melhor idade, fosse na infância entre os folguedos e artimanhas de menino, fosse na adolescência preparando o coração para o amor e a construção de um novo tempo ou fosse na idade adulta onde se chega a estágios sérios, onde responsabilidade significa esforços dobrados e onde, é claro; a gente de fato e de direito sente um peso diferente, porque os músculos já não atendem como nos tempos do futebol ou das pedaladas numa bike. Tempo onde o cansaço surge do nada e a gente olha para o sofá e diz: “Velhinho, dá licença, mas preciso de um cochilo!” – Daí a gente acorda reanimado e segue pelo dia esquecendo-se da idade e indo fazer coisas que já não são tão apropriadas como na juventude. E daí? Eu me sinto jovem e por isto, vou pintar a parede, fazer uma pipa, limpar a calçada, passear com os cachorros e fazer um turismo pelas ruas ao meu redor. Mas, sobretudo, a idade que avança tem uma magia toda própria, porque através do tempo a gente aprendeu de tudo um pouco, a trancos e solavancos e se chega a esse estágio dotado de vivência, visão ampla a respeito da vida e de tudo o que nos cerca. Então a gente tenta passar um tanto disso aos jovens, mas eles, pelo menos esta geração de hoje, me parece que nasceram antes da gente e preferem pagar para ver o que acontece. Entrou em moda o “dá nada!” e depois que dá tudo a quem eles apelam? Desde sempre, desde as primeiras tribos, os mais velhos eram e continuam a ser os melhores conselheiros, porque velhice significa experiência e conhecimento e somente com essas duas características é que a gente pode se tornar velho, com espírito jovem e certos de que viver é muito mais do que uma dádiva, é o compromisso de vir, fazer e sentir a satisfação de ter cumprido, ainda que em parte, a sua missão.
E me permito “roubar” aqui um pouco da inspiração do Caetano Veloso que naquele tão distante 1979 escreveu:
“Eu vi o menino brincando/ Eu vi o tempo/ Brincando ao redor do caminho daquele menino. /Eu pus os meus pés no riacho/E acho que nunca os tirei...”
Então, que “Força Estranha” é esta que rege nossa existência?Eu um dia também pus os meus pés no riacho e sigo com eles molhados, sentindo o frescor da água cristalina, ouvindo a doce canção da corredeira e percebendo sim que a Vida é amiga da Arte e que é preciso saber viver tentando compreender que nada mais se é do que um integrante de todo o cenário. “Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista /O tempo não para, no entanto ele nunca envelhece.”
Que sejamos eternamente jovens em nossas mentes, que saibamos envelhecer e aceitar as mudanças e, sobretudo; que saibamos o tempo todo, interagir com a magnitude da vida, com a grandiosidade do planeta, com o infinito Universo e com a dádiva de ter vindo não para ser “mais um”, mas para ser um eterno aprendiz do viver.
- Pedro Brasil Júnior – 01/10/2020
Que sejamos eternamente jovens em nossas mentes, que saibamos envelhecer e aceitar as mudanças e, sobretudo; que saibamos o tempo todo, interagir com a magnitude da vida, com a grandiosidade do planeta, com o infinito Universo e com a dádiva de ter vindo não para ser “mais um”, mas para ser um eterno aprendiz do viver.
- Pedro Brasil Júnior – 01/10/2020
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