No mesmo 18 de janeiro em que fuzilaram um brasileiro lá na Indonésia, aqui mesmo no Brasil um menino perdeu a vida por causa de uma bala perdida. De cada lado dessas histórias um fato em comum: o tráfico de drogas!
Aqui a guerra é diária nos grandes centros entre a polícia e o tráfico e em razão dela, inocentes perdem a vida, porque nos confrontos, atira-se para todo lado.
Lá na Indonésia, eles tem suas leis rígidas em relação a este tipo de atividade e ainda assim, muitos se arriscam, porque a possibilidade de se ganhar muito dinheiro é tentadora. O brasileiro Marco Archer, traficante de drogas, foi mais um entre tantos cujo governo indonésio levou ao paredão de fuzilamento e assim, causou as mais diferentes reações mundo afora.
Ninguém é dono da vida de ninguém, esta é minha concepção, e resguardadas as dores da família do Marco, a gente volta à triste realidade que nos cerca, com traficantes que comandam suas facções de dentro dos presídios, que espalham o medo nas mais variadas comunidades e que transformam meninos e meninas e “aviãozinhos” ou “mulas”, para levar a droga até quem a consome. Tivesse o Marco Archer sido apanhado aqui mesmo em sua terra, teria sido preso, cumpriria uma boa parte da pena e estaria à solta, não necessariamente ao lado de sua família, mas seguindo em sua “profissão”, como ele mesmo declarou a um repórter dizendo que a vida toda “foi traficante,traficante e traficante”. Enquanto pode, usufruiu das maravilhas que a vida, através do dinheiro oferece: viagens, hotéis de luxo, comida e bebida de primeira e mulheres que, para a maioria dos homens, só existem em sonhos.
Alguém, naquela rumorosa segunda-feira, dia 19 de janeiro, grifou a respeito do brasileiro condenado que ele talvez seguira a letra de uma canções do Zeca Pagodinho que diz: “Deixa a vida me levar...” - A canção é sucesso e a vida só pode ser pra gente “progresso”, através do estudo, dos esportes e do trabalho, não deixando jamais de lado a transparência e a honestidade.
Sabemos que o governo brasileiro fez todos os apelos possíveis, afinal de contas tratava-se de uma vida. Mas não se pode, como se tentou fazer, transformar o brasileiro Marco Archer num herói, até porque infringir a lei, para ele, era uma questão de honra. Um cara que nunca pagou imposto de renda, que não tinha talão de cheque, que não estava nem ai para a própria vida, já que fez dela uma aventura “vida loka”, como se diz na gíria, não poderia esperar que enganaria todos o tempo todo. Acho que os 11 anos em que ele ficou preso já bastavam como pena pelo crime de tráfico, mas cada país tem suas leis, suas regras e os seus erros cruciais. Que você que é pai, que é mãe, professor ou professora possam contribuir com a nossa juventude orientando-a em relação à vida, aos relacionamentos, as formas de conquistar espaços utilizando o talento, a dedicação ao trabalho e assim, evitando destruir a própria vida num jogo onde a ganância é a serpente disfarçada em flor.
Um comentário:
Pedro, suas ponderações são muito boas.
Que a gente consiga orientar bem as novas gerações !
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