sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O FIM DE KADAFI E A PERGUNTA QUE NÃO CALA

Alguém escreveu faz pouco tempo a respeito das mudanças radicais que estão ocorrendo em todo o nosso planeta.
A mensagem, ditada por um espírito do qual agora não recordo o nome, pedia para que começássemos a observar os acontecimentos ao nosso redor. Desde o seio da família, os corredores do trabalho, a agitação nas ruas, as intempéries da natureza, os protestos por todas as partes, a ganância sem limites, o consumismo desenfreado, a fome, a sede, a dor, o sofrimento enfim.
Em suas extensas linhas o espírito iluminado por diversas vezes fez inúmeros alertas, voltando-se enfaticamente à violência que se alastra por todas as partes apropriando-se dos nossos bens mais valiosos: a paz e a tranqüilidade!
A paz ao longo da nossa história sempre foi alvejada pelas batalhas sangrentas e suas armas cada vez mais letais.
Já a tranqüilidade, ainda que com a paz sendo atormentada, na maioria das vezes se aninhou em diversos pontos, longe dos campos de batalha.
Com ela, a tranqüilidade, enquanto muitos homens se matavam, outros semeavam para o sustento, semeavam jardins coloridos, semeavam o amor e a esperança.
O sangue derramado nas incontáveis batalhas ao longo dos séculos infiltrou-se no coração da Terra e dia após dia se deixou germinar em mais ódio e mais violência.
Na medida em que o tempo avança e a tecnologia acena com tantas facilidades em benefício da humanidade, ela mesma provoca um redemoinho de situações inusitadas, que ferem nosso olhar, que maltratam nossos sentidos, que apunhalam nossos corações e nossas esperanças de habitar num mundo melhor, quase perfeito.
O sangue negro da Terra vem sendo o foco principal dessas transfusões milionárias que ajudam o progresso de um lado e ampliam a miséria do outro. O combustível fóssil ainda é o tesouro pelo qual as nações lutam com todo seu poderio armamentista. Mas este combustível está se extinguindo e tempo virá em que provavelmente os homens viverão algo parecido com o filme Mad Max.
Talvez antes disso, a humanidade venha a viver o caos pela falta de água potável e pela falta de alimentos. Já somos sete bilhões de indivíduos dividindo esta enorme casa que aos poucos se torna pequena e cada vez mais agredida.
As correntes são paralelas e em cada lado o pensamento e as ações são bem diferentes. Zelar pelo planeta e por tudo o que oferece é o mais importante, mas os guerreiros desta batalha são em menor número do que os que simplesmente ignoram isso tudo e seguem causando todos os malefícios.
Nossa vida moderna e escrava já nos transformou em indivíduos ansiosos, inseguros, medrosos, preocupados com qualquer coisa que nem faz parte da vida comum.
Somos hoje escravos das telas de tevê, a maioria sem um bom conteúdo, sem instrução, sem educação, sem boa orientação visando o bem estar, os bons costumes, a honestidade, a fidelidade, a alegria e o amor.
A vida em família já virou um teatro, onde as pessoas apenas incorporam seus personagens e vivem uma vida de ilusões, descontentes, mal amados, endividados e sem rumo definido.
Só uma pergunta não quer calar: O que fazer Senhor?
O que fazer diante de tamanha exposição de violência, de desgraças, de tragédias, de desonestos com a cara de pau, desviando verbas da educação, da saúde, dos esportes?
O que fazer diante do “amar” sem “amor”?
E que dizer então da exposição sexual nos filmes, novelas entre outros programas?
A pergunta que não quer calar me levou a buscá-la de alguma maneira, para ver se encontrava alguma resposta plausível. Encontrei sim, a oração!
Sou um homem de oração, de agradecer a Deus por cada dia, de agradecer pela jornada de trabalho vencida, de agradecer meu carro por ter me servido mais um dia, pelo pão que ponho na mesa, pela família que me acolhe, pela natureza que me ensina e por tudo aquilo que me cerca no mundo. Tudo aquilo de bom!
Este dia 20 de outubro de 2011 foi um dia diferente para o mundo. Neste dia o ditador Muamar Kadafi foi morto pelos rebeldes do seu país, a Líbia. As televisões de todo o mundo e a Internet não pouparam espaços para escancarar as cenas de terror daqueles homens embebedados por sangue a arrastar o até então líder de seu país. Ali um corpo ensangüentado, um troféu de guerra!
Não teria sido mais justo que ele tivesse sido capturado com vida e digno de um julgamento decente?
E os direitos humanos? Em que trincheira se esconderam?
Dizem se tratar de um novo tempo na Líbia com a queda de Kadafi. Eu tenho lá minhas dúvidas!
Lá tem petróleo e por ai afora muita gente interessada!
A barbárie praticada contra Kadafi e alguns familiares não foi a única mais recente neste começo de século 21. Sadam Hussein dela também foi vítima!
É bem provável que outros líderes sentados sobre o que resta de petróleo sucumbam da mesma maneira.
Se olhar bem, faz sentido a mensagem do espírito iluminado.
Eu confesso que poderia ter escrito qualquer outra coisa, algumas poucas linhas talvez. Mas também confesso que passei o dia angustiado por ter que ver a todo momento aquelas imagens pela televisão e pela Internet.
Cheguei a desistir de escrever sobre o tema!
Mas depois, lendo um artigo descobri que a Líbia ocupa 20 posições a mais que o Brasil, só para dar um exemplo, no Índice de Desenvolvimento Humano, o chamado IDH. Li também que apesar da pobreza (até nos Estados Unidos ela existe), o governo do chamado “tirano” Kadafi ao longo do tempo sempre ofereceu boas condições à maior parte de sua gente. Por isto os seus defensores fieis lutaram contra os rebeldes! Quem lutaria contra se tudo estivesse tão ruim?
Os interesses são muitos e por causa do sangue negro da Terra, os homens são capazes de tudo.
A própria Terra vem dando seus alertas: terremotos, maremotos, tufões, tsunamis entre outros.
E a pergunta que não cala segue martelando nossos ouvidos: O que fazer Senhor?
O que fazer perante um mundo cada vez mais desumano?
Drogas, prostituição, assaltos, roubos, estelionatos, abortos, crianças atiradas ao lixo, crianças abandonadas, pedófilos, bêbados ao volante, dissolução da família, falsos profetas usando a palavra da Bíblia para iludir a fé e estufar seus cofres, dirigentes e governantes corruptos, médicos que não dão assistência se não tiver dinheiro, gente que maltrata animais, gente que maltrata crianças e idosos...
O que fazer Senhor perante um mundo maluco?
Sim; a oração! A oração é fundamental para nossas vidas e é através dela que podemos falar diretamente contigo.
Mas não podemos só pedir, pedir e pedir!
É preciso orar e agradecer, agradecer e agradecer!
Agradecer pela dádiva da vida, pela saúde, pelo trabalho, pelos filhos, pela família, pelos bens que se tenha.
Mas é preciso também que passemos a entender que muito mais valioso do que TER é a certeza do SER.
Neste 20 de outubro milhares de pessoas morreram mundo afora dentro do que talvez seja da naturalidade da existência. Mas nenhum jornal, revista, televisão e Internet deram importância ao fato. Da mesma maneira, milhares de indivíduos nasceram neste dia, em todas as partes, estufando pulmões num choro pela vida tão sofrida a encarar.
E outros milhares tiveram as portas fechadas pelos tantos milhares de abortos feitos também neste dia 20 de outubro.
Só Muamar Kadafi é que ganhou evidência pelo seu fim!
E mais uma vez, o sangue vermelho se esvai e se infiltra no coração da Terra.
Se bem lembro da escrita, até Jesus Cristo teve uma espécie de julgamento. Mas ele mesmo sofreu com a indiferença e a barbárie dos homens do seu tempo.
O que realmente fazer Senhor?

Um comentário:

Asas da Ilusão disse...

O que fazer? Acreditar que o amor incondicionl é força maior do universo. Muito mais amor existe do que guerras. E quanto mais alimentarmos esse amor dentro de nós, mais amor emanamos ao redor e maior será a luz que a sombra. Deus está em nós, somos nós atuando através dele. Orar e vigiar. Fazer a nossa parte.É só o que nos resta.