Uma mulher traça seu destino pelo Caminho de Pedras e entre idas e vindas, se deixa levar pelos encantos das Três Marias até novos encontros.
Primeiro com João Miguel e depois com Dora, a Doralina.
Seu nome era Rachel, aquela que não gostava de escrever, mas que o fazia só para sobreviver.
Quantas palavras emboladas num novelo de histórias compridas, fascinantes e eternas.
Palavras que saltitavam de sua inspiração e seguiam, de alguma maneira, aquele Caminho de Pedras tão meticulosamente construído pelos tantos anos vividos.
Palavras que mereceram admiração e que por certo, em muitas madrugadas se misturaram ao canto precioso de um certo Galo de Ouro.
Memórias vivas, passagens de uma vida doce-amarga, porque todas as vidas têm, em dados instantes, esses gostos que as impulsionam.
Menina ainda, sonhando com um futuro no mundo das fadas.
Moça, encarando a dura realidade de estar em meio ao turbilhão de gentes.
E pelo seu Caminho de Pedras escreveu ao longo da vida muitas histórias de vida, registrando para sempre tudo aquilo que o avançar do tempo burila em cada um de nós.
Senhora absoluta da escrita, com muita honra foi a primeira a ocupar cadeira na academia e isto anunciava novos tempos.
Não vou mergulhar em sua história tão longa e fantástica, até porque, sua história está viva pelos diversos portais e impressa em suas famosas obras.
Ela, Rachel – a escritora e a repórter. Repórter da alma humana e do cotidiano do mundo que a cercou.
Pouco antes da partida, e desta vez para seguir seu Caminho de Pedras rumo à eternidade, crivou o Memorial de Maria Moura, que do livro foi para a telinha da tevê.
Evidente que não posso esquecer O Quinze, seu primeiro livro e, portanto, o seu grande portal para uma jornada de absoluto sucesso.
Rachel de Queiroz – senhora das nossas letras que escreveu, viveu e, portanto; fez muita história.
Lá se vão 100 anos desde que chegou a este mundo em 17 de novembro de 1910. E lá se vão 7 anos desde a sua partida em 04 de novembro de 2003.
A cadeira ficou vazia, a literatura só deu um parêntesis, mas a obra de Rachel segue paralelamente ao nosso tempo, incitando releituras, sugerindo leituras e permitindo a esses aventureiros de suas palavras, dar alguns passos em seu misterioso Caminho de Pedras, por onde ela soube, melhor que ninguém, se transformar em escritora e acima de tudo, em nossa grandiosa Senhora das Letras. (P.B.J)
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